28 janeiro 2013

Porque?


Mais de mil jovens e adolescentes estavam numa boate em Santa Maria, no Rio Grande do Sul para comemorações diversas. Muitos eram estudantes de Veterinária , Zootecnia e Agronomia e festejavam terem passado no vestibular da Universidade Federal. Também tinha amigos , que juntos comemoravam aniversário e outros assuntos afins. O que importa é que muitas pessoas estavam reunidas para festar. A boate funcionava, normalmente, mesmo com alvarás vencidos. Mesmo com uma única porta , que servia de entrada e de saída. Mesmo tendo uma parede logo depois da porta que impedia os seguranças de visualizarem o salão. mesmo sabendo que numa emergência ,dificilmente sairiam com vida.Simplesmente funcionava. 
Fiquei pensando muito nesse final de semana de como tantas situações explodem e ficamos sem saber o porque. Aprendi que Deus faz Tudo por nós. Que nada , nada, simplesmente nada acontece se não for da Tua vontade. Nenhuma folha de uma árvore qualquer, cai se não tiver a permissão de Deus. Então, fiquei refletindo sobre isso. Orei. Busquei na bíblia uma luz. E continuo pensando no que pode ter acontecido. Como tantas pessoas, no mesmo instante  , tiveram a mesma ideia, que foi a de correr pra o banheiro. Porque pessoas que estavam tão perto do palco, que viram por onde começou e como , conseguiu sair sem ter sido incendiado ou explodido. Porque em meio a tanta gente encurralada num só local, não tiveram a luz de que precisavam  sair daquele canto escuro que causou a morte de tantos. Estavam todos num só local, já predestinados que seria aquele dia,o último dia de vida dos mesmos?  Foi então amão de Deus que reuniu todos numa área só, num objetivo só, pra que juntos fossem ao encontro Dele?
São tantas as perguntas que saltam , brotam em minha mente que fico sem entender de fato, o porque!
Porque?!  E porque autoridades não tomam providências para evitar tragédias? Porque proprietários de locais abertos ao público não pensam à frente, para evitar tragédias? Porque não se tem treinamentos? Porque nós, pais, não nos incomodamos quando nossos filhos saem para frequentar locais movidos a muita gente junto? Porque não nos mobilizamos para evitarmos lamentos? Porque esquecemos tão facilmente o que acontece e nos faz chorar? sofrer?
Porque não acreditamos que pode sim acontecer o pior ? Porque meu Deus?
Há 02 anos estivemos (Conselheiros Tutelares)  no Teatro aqui da cidade de Osasco, porque os bombeiros estavam proibindo o funcionamento. Me lembro que quando chegamos para impedir o funcionamento, uma vez que tinham sido avisados e mesmo assim estava aberto , muitas pessoas acharam  ruim nossa atitude embora estivéssemos com ordens expressas para impedir o funcionamento naquela noite. Mas as pessoas não estavam pensando em possíveis tragédias e sim, no quanto ficariam frustrados por não assistirem seus filhos,amigos, no espetáculo. Vejam  as atitudes dos seres humanos. Impensadas. Irresponsáveis. 
E será que já está  apto ao funcionamento? Porque cá entre nós, todo ser humano sabe dar o seu jeitinho à medida de interesses diversos.
E é claro que vou continuar com pensamentos mil sobre as inquietudes dos seres humanos e a falta de entendimento absoluto no quesito dos porquês. 
Tenhamos a possibilidade de um dia bom, mesmo com tanta tristeza.

Vida que segue.
 

26 janeiro 2013

Mobilidade Sustentável...

Tenho pensado muito sobre ter uma bicicleta como meu transporte. Tenho medo de andar de bicicleta em cidade grande, embora sempre ter amado .Me lembro quando pequena que comecei andar de bicicleta  de tanto ver meu pai  e nem precisei aprender; simplesmente  a vi estacionada na calçada de casa e enquanto meu pai almoçava, num súbito sai e com minha irmã na garupa. Era muito miúda e andei por debaixo do cano. A bicicleta ficava toda torta e sumimos num campo de futebol. Nossa, minha mãe enlouqueceu , acredito que de medo de minha irmã se esborrachar no chão e eu, tinha apenas 06 anos. Depois, vivi praticamente em cima de uma bicicleta. Quando completei 18 anos fui trabalhar na prefeitura , assessorando a primeira dama e meu primeiro pagamento, claro, foi pra comprar uma bicicleta, que na época foi uma linda Ceci rosa, com cestinha no guidão. Amava. Dava pra levar tudo que queria. Ousava andar de salto muito alto, roupa social mesmo, porque era o meu transporte e assim foi por muito tempo.Só quando mudei pra capital que deixei de lado esse ato bom.
Mas também por outro lado, penso na maneira de se fazer isso, o andar de bicicleta se  as cidades não pensam de modo  sustentável. Não temos ciclovias e nem gentilezas no trânsito pra que possamos ter segurança.
Difícil andar até a pé, por não termos sequer calçadas dignas do nosso caminhar.Devemos pensar muito seriamente  e direcionarmos nossos pensamentos em ações porque apenas gestões não mudarão situações.O que se faz necessário são ações através da população e então,somos nós que devemos dar o primeiro passo. Bora lá?

25 janeiro 2013

Latas que te  quero Latas...

Tudo quanto é lata que aparece na minha frente já vou logo pensando o que fazer.  Bom, uma coisa é certa: quanto mais fácil reaproveitar  melhor  e então já vou ajeitando as tintas , agito daqui , agito dali e pronto. 
Bora lá fazer também?


 Lava a lata e retira rótulo. Depois, faça a limpeza com solvente. Deixa secar bem. Agita bem um frasco de tinta em spray Colorgin  na cor preferida e faça a aplicação. Eu usei a linha Arts.
Depois de seca, aplica com uma trincha a tinta em spray Colorgin da linha Metalik na cor desejada. Fica um efeito riscado e todos irão amar.
Sucessos pra vc.


 Essa lata, depois  da aplicação da tinta da linha Arts,fiz colagem de papel com cola branca.

Dá pra criar mil e um jeitos de fazer acontecer.
Beijos no coração.

22 janeiro 2013

Cor que te quero cor...

Essa semana eu decidi pintar os regadores  aqui de casa que estavam muito judiados.
Gostei demais da ideia .Nem precisou incrementar  porque só as cores brilhantes já me fizeram ficar feliz com o resultado.







17 janeiro 2013

Sobre a palavra Cativar


'(...)Que quer dizer cativar?
    - É uma coisa muito esquecida, disse a raposa.
      Significa criar laços...
'
   (Trecho retirado do livro 'O Pequeno Príncipe') 
Me lembro dessa música que cantava quando criança ainda. Tive uma professora por nome de Nalta..ela falava sobre isso. Uma pessoa muito sofrida, que perdera o noivo no dia de seu casamento. Mas ela era linda,muito bem maquiada, cabelos muito pretos e com um sorriso nos lábios e olhar muito triste. Certa vez, ela nos contou a importância sobre cativar. Que devemos cativar as pessoas. Devemos ter sempre por perto, alguém. 
As vezes, a gente fica tão desanimada, tão às avessas com as pessoas, que nos leva o pensamento do desapego. Ai a gente ouve: Não se apegue, fica distante. Não podemos nos apegar assim facilmente.Devemos ser independentes. Mas pra que? pergunta meu coração. Porque desapegar? Porque não querer sempre alguém por perto? Poder falar, dividir os sonhos, conversar, trocar ideias, acaba dando um certo apego e então, pecamos?
O que penso , é que devemos ser responsáveis por quem de fato cativamos. Vamos lá: Como  é encantador cuidarmos de plantas por exemplo, e então, a gente rega , coloca no sol, retira as folhas podres, cuida..com amor. 
E assim segue...devemos cuidar de quem  amamos e sermos responsáveis. Nunca deixarmos de cuidar, zelar. E com muito amor. Não podemos decepcionar as pessoas quando dizemos que as amamos. Se amamos , vamos cuidar.  E o desapego não pode acontecer, pois afinal, somos responsáveis pelo que cativamos.

'(...)Os homens esqueceram a verdade, disse a raposa.
Mas tu não a deves esquecer.
Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas'
 
(Trecho retirado do livro 'O Pequeno Príncipe') 

10 janeiro 2013




Matéria interessante..mais? leia o blog abaixo...

http://manheabaixaosom.blogspot.com.br/2013/01/quem-disse-que-ela-nao.html

Me lembro dela entrando no auditório correndo, quase sem ar e cheia de bolsas penduradas nos ombros. Pediu desculpas pelo atraso, mas na verdade ainda estava adiantada para a palestra que iria dar sobre os livros que escreveu ou se envolveu de alguma maneira na edição - e aproveitou os poucos minutinhos que ainda tinha e os muitos créditos por topar o meu convite - prá descer até o café e “almoçar” alguma coisa.

Eu fiquei tomando conta das bolsas dela por menos de 5 minutos, mas ela passou a tarde inteirinha falando sobre as publicações e respondendo à todo tipo de pergunta – que é claro desembocaram na biboca da parafuseta da política e da vida alheia.

Soninha Francine (45 anos) tá aqui porque é mãe da Rachel (28), da Sarah (26) – filhas do seu primeiro casamento – e da Julia (15), do terceiro; e porque é a prova viva de que quando as pessoas não procuram saber o que a gente pensa de fato e só nos julgam de longe com o dedo em riste ou ainda, discordam do que pensamos mas não conseguem contra argumentar diretamente - falam de tudo um tanto distorcendo realidades.

Depois de duas candidaturas à Prefeitura de São Paulo, um cargo de vereadora (2005-2008, eleita pelo PT do qual saiu em 2007), subprefeita (de 2009 até abril de 2010) e superintendente da Sutaco (de 2011 a junho de 2012) ela desabafa “no momento, sou "do lar" e estou formulando projetos para captar recursos, ainda não estou desesperada nem procurando um emprego propriamente, mas trabalho(s)”.

Apresentou muitos programas diferentes na MTV, entre eles “Território Nacional”, só com música brasileira e o “Barraco MTV”, com debates semanais ao vivo e sobre tudo quanto é assunto. Depois apresentou o “RG”, na TV Cultura; o “Bate-Bola” e o “Social Clube”, na ESPN-Brasil, onde também participou como entrevistadora e comentarista no “Linha de Passe”, “Sportscenter”, “Bola da Vez” e na cobertura de vários Panamericanos, Copas e Olimpíadas. Também fez parte, por pouco mais de um ano, do “Saia Justa” na GNT.

Nossa! Quase nada, né? E as pessoas ainda insistem em não tentar ao menos saber...

Mais uma chance, hein? Vamos lá!

Três filhas mulheres? Chegou a ter vontade de um filho homem, talvez só para saber como seria?

Não enquanto estava grávida (risos). Sempre quis ter filha, e o mais curioso é que os pais delas também. Nos três casos. Depois, quando conhecia algum menino muito querido - filhos de amigas ou conhecidos na rua – daí ficava com vontade de criar um também. Anos atrás decidi que meu filho seria adotado - o problema é que com minha "rotina" de trabalho eu seria muito ausente.

Você tem uma preocupação feminista com a educação das suas filhas? Acredita na educação diferenciadora de gêneros?

A educação delas, nesse ponto, foi como a minha. Minha mãe se dizia feminista e questionava exatamente as determinações: menino pode isso, menina não pode. Menina deve fazer aquilo, menino não precisa. Ela tinha discussões exaltadas (e inúteis, portanto dispensáveis) com a minha avó ao assegurar que não incentivaria a iniciação sexual do meu irmão "na zona" (e teve de me explicar o que significava isso), enquanto eu deveria casar virgem. E ela dizia: "Eles vão ter relações com namorado e namorada", como se fosse um escândalo (risos). Tarefas domésticas e emprego, nada disso podia ser diferenciado por sexo ou gênero. Procuro seguir a linha de uma educação com base na justiça, reflexão e no questionamento das "regras".

Quem você adotaria como um filho (a), para cuidar se precisasse?

Já quis adotar tanta gente... O filho de uma conhecida da Brasilândia, que criava os seus seis com muita dificuldade. Uma amiga da minha filha, menina de dez anos que também morava na favela e tinha sérios problemas com a mãe e o padrasto. Talvez, se eu fosse solteira na época, tivesse feito essa loucura (seria uma loucura, porque eu tinha quatro empregos na época). Quem cuidava da casa e da Julia era o pai dela, seria uma violência "entregar" uma criança para ele criar também, sem que ele mesmo se visse em condições para isso. Depois quis adotar uma criança de um orfanato - menino, preto, crescido. Daqueles que tem mais dificuldade para encontrar um lar brasileiro. Às vezes tenho vontade de cuidar de um idoso como filho... Mas o máximo que consegui fazer até hoje (além de adotar algumas famílias inteiras, como aquela dos seis filhos) foi adotar 10 bichos. Três já se foram, dois moram no interior e quatro gatos e um cachorro vivem comigo atualmente.

Alguma gravidez foi planejada?

Não, mas na segunda, principalmente, e na terceira nós não estávamos nos esforçando muito para evitar. No primeiro casamento, nós queríamos que a Rachel tivesse um irmão. No terceiro, sabíamos que um filho nosso seria legal, mas não a ponto de planejar. Evitamos descuidadamente.

Ter filho pode ser visto como um ato mais do que pessoal, mas também político? Como o exemplo de mães que sofrem com o machismo diário do “companheiro” e é obrigada a resistir? 

Acaba sendo! O modo como educamos os filhos é uma forma decisiva de participação na sociedade. O que ensinamos e que valores promovemos o que demonstramos e exigimos. Quando eu bati o pé para fazer faculdade, foi porque queria estudar cinema e também porque não aceitava que ter crianças para cuidar fosse sinônimo de renunciar a todo o resto. É um ato de resistência, de questionamento, uma escolha consciente.

Por que a gente sente uma certa “culpa quase que constante” com a atenção voltada aos filhos? Parece que nunca demos o suficiente e ficamos muito maus quando nossos filhos sofrem. Isso é cultural? Como uma pressão sobre a mulher, ou você acha que é pessoal mesmo? 

No fim das contas, tudo é pessoal. Claro que nossa cultura "empurra" para as mães quase toda (ou toda) a responsabilidade pelos filhos e é fácil se condenar por achar que faltou alguma coisa. Mas pressões há, de todos os tipos, e a gente precisa, em algum momento, se dar conta delas e, além disso, perceber que elas não nos obrigam a nada. Mulheres, aliás, tem um histórico rico de resistir a pressões e expectativas sociais/culturais - do modo de se vestir às regras para namorar, trabalhar, cortar o cabelo. Enquanto conquistamos o direito ao biquíni e às calças compridas, os tontos dos homens ainda estão presos ao terno e gravata (risos). Pode ser que, em alguns momentos, tenhamos realmente errado ou falhado – por sermos moles demais, duras demais, indiferentes demais, intrometidas demais... Mas isso tem de ser objeto de reflexão, não um martírio.

O que a maternidade te trouxe de mais precioso? 

O famoso altruísmo: a entrega não condicionada e sem negociação. Aprendi na marra, sabe? Minha filha mais velha tinha cólica o dia inteiro, dormia no máximo meia hora antes de já voltar a chorar. Trocamos o leite e o remédio, usamos todas as massagens e mandingas que se pode imaginar, mas nada disso adiantava. Quando ficava muito exausta e zumbi tinha vezes que me virava para dormir, até que ela emitia o primeiro "ahn", e eu ficava tentando mandar meus sinais mentais para que ela dormisse mais um pouquinho, só mais um pouquinho, mas era sempre uma bobagem. Depois eu vi o quanto pular da cama resoluta e imediatamente, mesmo morrendo de sono, era o certo a fazer - e o melhor. E tem aquelas coisas que nossas mães garantem que vão acontecer, mas não queremos acreditar: como a capacidade de tirar ranho como se fosse nosso (risos), trocar fralda suja cheirando bem mal. E foi bom aprender - o que prá mim só foi rolar entre a primeira e a segunda filha - a não perder de vista a impermanência. Os filhos vão crescer e um dia a gente vai poder dormir oito horas de novo. É algo como lembrar de não se desesperar agora porque sua vida adulta não acabou.

Você acha que os homens são menos pais porque as mulheres não sabem cobrar isso deles, ao estilo “quem veio antes o ovo ou a galinha”? E como reverter essa situação?

Ter de cobrar é mau sinal, mas válido pra qualquer coisa e não só para os cuidados com os filhos. Se o maledeto nunca repõe o papel higiênico, sequer avisa que acabou, se ele passa na farmácia para comprar alguma coisa para ele mesmo e nunca lhe ocorre perguntar se você também precisa, então é sinal que não se deu conta de que a casa também é dele; ele não é hóspede. E que a casa também é sua - existe um espaço compartilhado com regras diferentes das que ele seguiria se morasse sozinho. Alguns vem assim de fábrica - desde pequenos são mais bagunceiros, desatentos, distraídos. Outros foram educados em ambiente que favoreceram a folga e a desatenção. E isso vale pras mulheres também! Agora...como mudar isso? Cada um vai ter de descobrir o seu jeito: pedir, conversar, negociar, deixá-lo sem papel higiênico (tática do "viu o que acontece?"), ligar sempre pra perguntar se ele também precisa de alguma coisa da farmácia (tática do "custa?"), quebrar o pau. Claro que, com os filhos, não dá pra deixar o moleque sem comer pra ver se o pai se liga da responsabilidade, mas se o progenitor "ajuda" em vez de "dividir" ou nem isso, não dá pra esperar que as coisas mudem com telepatia. Seja qual for a linha de ação... Aja!

Tenho a impressão de que as pessoas não entenderam muito bem quando você falou sobre o seu aborto. A descriminalização do aborto é um caminho?

Fiz um aborto e nunca mais faria, por mais que a gravidez fosse indesejada naquele momento. Mas sou a favor da legalização e a explicação nem é tão complicada: acho terrível a ideia de interromper a gravidez, interferir no desenvolvimento de um novo ser humano, mas por mil razões diferentes, acontece. Acontecerá sempre. A criminalização do aborto causa MAIS perda de vidas, pelo fato de só haver interrupções clandestinas sem a alternativa segura, a menos que se tenha muita grana e aí está resolvido. É uma dinâmica que em vez de proteger a vida, mata. Mata mulheres e meninas pobres, com muita dor e sofrimento. É fácil dizer "quem mandou engravidar"? Ok, todos tem o direito a opinião - achar que sexo é só para procriação, condenar a irresponsabilidade (da mulher, quase sempre) e dizer que "ninguém mais pode alegar falta de informação", entre outras tantas é uma coisa - Só que ninguém tem o direito de proibir que haja condições seguras para a interrupção. Exceto, quem sabe, para suas próprias filhas, namoradas. A hipocrisia é terrível!

Seus partos foram normais ou cesarianas (sabemos das opções humanizadas e muitas outras que também são importantes de serem discutidas aqui, mas não foi o caso agora)? Se preocupa com essa questão? E de amamentação?

Parto normal é algo que eu faço sempre questão. Intervenção cirúrgica, só se eu ou o nenê corrêssemos risco de morrer ou desenvolver graves sequelas. Amamentação também acho essencial.

Como suas filhas reagiram quando rolou aquele outdoor e a capa da Revista Época super antiético com a sua declaração sobre o uso da maconha?

Elas ficaram tristes por mim porque sabiam quem e como eu era e o papel (ínfimo) que maconha tinha na minha vida. Entendiam perfeitamente o que quis dizer na entrevista e não tinham nenhuma ideia apavorante nem intenção de experimentar. Elas acabaram vendo o horror que foi o Afanázio Jazadji gritando "MACONHEIRA!" na Bandeirantes, com dedo na minha cara e tiveram de lidar com perguntas incômodas (a Julia era muito pequena, os colegas nem sabiam o que estavam dizendo quando entoavam "sua mãe fuma maconha!" e os amigos da Rachel ironizavam "Sua mãe, hein?". Mas elas sempre foram solidárias, compreensivas e indignadas - com a capa da revista e com o outdoor).

Como é a sua relação entre vocês?

Elas são muito diferentes entre si e, ao mesmo tempo, eu acho que cada uma delas tem alguma coisa parecida comigo. Quer ver só? Rachel é atenta, muito sensível ao sofrimento alheio, chora fácil, se exalta quando indignada: é militante, mas é uma mulher muito mais ajuizada do que eu. A Sarah é muito divertida e leve, dificilmente sai do sério e acho impressionante como é espirituosa. Nisso ela é DIFERENTE de mim, porque eu adoraria ser assim o tempo todo. E ainda ela tem um lado mais artístico: fez teatro e balé. É super criativa, muito mais ligada em internet do que a Rachel, por exemplo. A Julia, coitada, herdou o meu gênio: é invocada, curiosa e inteligente, mas enquanto eu era atlética e agitada e adorava ficar na rua, ela é capaz de ficar dias seguidos em casa, saindo só para a escola. Mas as três juntas, se dúvida alguma, formam a melhor combinação do mundo!

E aquela história que rolou ano passado, durante as últimas eleições, de que você havia concedido cargo político para sua filha e mais outras pessoas da sua família?

Algumas pessoas criticam sinceramente porque nunca souberam o que acontece realmente ou porque acham que em um governo jamais deveriam trabalhar pessoas com relação de parentesco (o que acho uma distorção de um princípio razoável; mas em um governo com centenas de milhares de funcionários não faz sentido). Outras são sacanas mesmo, não me toleram por ter saído do PT e ido para um partido de oposição ou por ter apoiado o Serra em 2010 - então querem nem saber da verdade. Minha filha é bióloga e trabalha há anos na Secretaria de Meio Ambiente. O cargo é de livre provimento, isto é, ele não é concursado. Ela é super rigorosa, do tipo caxias, além de eficiente e competente. Mas se quiserem mandar embora, mandarão. Se ela estivesse no governo só para me "ajudar", se fosse uma idiota completa ou não fizesse nada (tem muita gente assim, com ou sem grau de parentesco e concursado inclusive), davam um jeito de despachá-la de um lado para o outro e pronto. Mas ela é boa no que faz. A Sarah trabalhou um tempo na Secretaria da Cultura - ela era contratada por uma prestadora de serviço e cuidava, também com muita competência, das redes sociais. Saiu de lá já tem um tempo. Minha mãe é mestra ou doutora em Letras ou Linguística (eu sei lá, sei que ela é uma "sumidade" no ensino de idiomas) e trabalha no departamento de Línguas Estrangeiras da Secretaria de Educação. Nenhuma delas tinha salário de marajá, nenhuma delas foi escolhida por mim, nenhuma delas está pendurada em um "cabide de emprego", mas as pessoas preferem dizer que eu arrumei uma "boquinha" para a família - e de tão desinteressadas na verdade embananam tudo: dizem por aí que elas trabalham na prefeitura e podem ser demitidas pelo Haddad. Fico triste por elas, que são condenadas apenas por serem minhas filhas (ou mãe) enquanto se esfolam no serviço público.

Quais políticas públicas você acredita que podem ajudar as questões da maternidade?

Com a falta de vagas nas creches poderíamos ter cuidadores para um determinado número de crianças nos bairros sendo remunerados e bem selecionados, além de capacitados e supervisionados pelo poder público. As entidades de professores condenam isso, mas eu acho absurdo desconsiderar a possibilidade perfeitamente saudável de uma criança ficar, com um número pequeno de outras, aos cuidados de um adulto bem preparado. Muitas já ficam ora com a vizinha, a irmã mais velha ou a avó, e isso com ou sem condições materiais, psicológicas e emocionais de cuidar de uma criança. E tem gente que condena, mas tem empregada e babá pra cuidar dos próprios filhos. Tem dó, humpf! E tem mais, claro, uma das coisas mais importantes é garantir que no dia-a-dia as mães tenham mais TEMPO (para si mesmas, inclusive) e menos razões para estresse. Isso significa "mexer" na cidade como um todo para permitir que as pessoas morem mais perto do trabalho/trabalhem mais perto de casa (o que significa investir em moradia mais popular ou "classe média" na região central e em atividade econômica nas periferias); oferecer transporte coletivo mais confortável; oferecer horários mais flexíveis nas creches e EMEIS; oferecer possibilidades de lazer em família (conheci e tenho passeado com meninas que NUNCA tinha saído do Jardim Pantanal; estiveram na Paulista e no Ibirapuera pela primeira vez na vida, aos 13 e 14 anos, enquanto suas mães ainda nem conhecem). E a gente pode incentivar que as famílias vizinhas trabalhem de forma mais cooperativa, "consorciada" - para alimentação, transporte e cuidado com as crianças. É ridículo como fazemos coisas sobrepostas que podiam ser divididas, como cada um fazer dentro de sua casa uma panela de arroz, por exemplo, mas isso é história para outra entrevista...

Suas filhas seguem sua religião? Quais valores budistas você luta prá conseguir passar a elas? (eu, por exemplo, tenho um entrave sério com a coisa da aceitação do sofrimento porque sou mais revoltada – se meus filhos estão sofrendo fico triste ou brava junto com eles – o que infelizmente não ajuda muito!)

Ahahaha, aceitar o sofrimento significa perceber que ele é inevitável por um lado, ou seja: VAI rolar. Dor, doença, saudade, decepção, cansaço, ansiedade, expectativas frustradas, planos fracassados, sonhos não realizados, separações definitivas, fins indesejados e continuações insuportáveis. É ilusão achar que é possível viver sem passar por isso; que se a gente se esforçar bastante, "vai dar tudo certo". Por outro lado, a gente pode a partir da transformação da própria mente - que é, no fim das contas, a causa do sofrimento - passar por dor, perda, saudade e reduzir muito o sofrimento. Até a hora da morte, durante a morte e... depois (risos). A Rachel simpatiza bastante com o budismo, tira dúvidas sobre os ensinamentos, já foi a retiros e cerimônias comigo, mas não é praticante de meditar todo dia. A Sarah é evangélica super praticante e a Julia também tem uma base budista, mas não um envolvimento mais intenso e formal com a prática. Os valores básicos eu luto sim para passar a elas, porque faz parte da minha ética, minha "constituição": respeito ao outro. Compaixão. Solidariedade. Generosidade. Noção da responsabilidade que existe em TUDO que você faz ou deixa de fazer. Atenção ao impacto das suas escolhas.

Licença maternidade de seis meses e aumento da licença para os pais?

Sim!

E na questão do futebol prá vc, dá prá dizer que rola um programa de família? 

Aqui em casa rola, minhas três filhas são palmeirenses e o marido da Rachel também (ufa). A gente vê os jogos juntos e vai prô estádio se divertir ou sofrer.

Tem alguma mãe que você considere exemplar, um modelo em quem pense quando esta sem paciência ou algo do tipo?

Como agora não consegui pensar em nenhuma, talvez não tenha. Ah, enquanto eu era casada com o Marcelo, pai da Julia, me inspirava bastante na mãe dele. Adoro minha ex-sogra. Mas hoje, com elas crescidas, eu me inspiro mesmo é no modo de ser das minhas filhas. Na doçura, leveza e bom humor. Às vezes peço até ajuda para as mais velhas quando preciso dar um chacoalhão na Julia, porque elas vão ter a disposição certa enquanto eu (talvez) chegue bufando.

Tem alguma pergunta que faltou aqui? 

Com esse tamanho de respostas, eu acho que não. Acabei falando mais do que você perguntou, prá variar!

Que nada...eu faria muitas outras entrevistas ainda com ela porque assunto é o que não falta. Eu não voto (só prá constar), sou anarquista, portanto apartidária – mas confesso que muitas das propostas dela me chamam atenção e fazem repensar alguns conceitos sobre tantas coisas...

E acho que é isso que fica de melhor no final: a reflexão!

09 janeiro 2013


 Com esse calor nada melhor que ajeitar modos e maneiras diferentes de poder se deliciar com sorvetes, picolés....
Bora lá minha gente.... Usando a criatividade!
Uhhhuuuuuulllllllllllll
Bom diaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa




08 janeiro 2013

Reutilizando Cartelas de Ovos

Na Segunda feira dia -7 desse mês, estive no Programa Estúdio Aberto, na TV Cidade e falei sobre o reaproveitamento de cartelas de ovos..
A dica foi de  fazer uma peça pra guardar linhas, agulhas e também utilizar a mesma ideia pra fazer caixinha de lembrança ou convite de festa.
Outras peças também abrilhantaram a aula, como penduricalhos e  cachorrinho de enfeite.
Para me assistir, basta acessar  www.tvcidadenet.com.br
[Toda segunda feira ]  O programa começa às 11:00 hrs e termina às 12:00 hrs. Eu entro no ultimo bloco sempre.