15 janeiro 2016

Dois dedinho de Prosa...



Estava numa conversa com minha mãe  e entramos no assunto sobre a Guerra de Canudos...sei lá porque...kkkk ( nem me lembro como surgiu a prosa toda  ). Então, fui pesquisar porque também não lembro mais sobre o assunto e na minha santa ignorância até chutei ter sido no Sul , quando soou muitas gargalhadas no celular sobre o banco da  cozinha.
Corri pra frente do computador fazer a pesquisa e eis que chego a conclusão que tenho que retomar História do Brasil.
Começo por Canudos, a cidadezinha que ainda quero conhecer , que fica na Bahia. Depois, bem interessante saber a história do Antonio Conselheiro ( o beato  Conselheiro) que teve uma vida bem sofrida , não desistindo do sonho de tirar o povo da miséria.




Canudos é hoje uma cidadezinha pacata, com traçado planejado e ruas retas. Fica a 410 km de Salvador, junto ao açude Cocorobó, região Nordeste do estado. O município foi criado na década de 1980 e tem apenas 13.800 habitantes. Mas sua história vem do final do século XIX, com acontecimentos que abalaram o país. Um dos pontos turísticos mais visitados do sertão da Bahia, o município e a região foram palco de um dos episódios mais marcantes da História da Bahia: a Guerra de Canudos.

Tudo começou quando o beato Antônio Conselheiro encerrou sua peregrinação pelo sertão e fundou o povoado de Belo Monte, na Fazenda Canudos, em junho de 1893. Dois meses antes, seus seguidores foram atacados pela polícia baiana, e o conflito resultou em mortes dos dois lados. A partir daí, milhares de fiéis foram ao encontro do novo Messias na “Terra Prometida”.
O Conselheiro anunciava para breve o fim do mundo e não reconhecia o governo terreno da República recém-proclamada. Em apenas três anos Belo Monte  transformou-se na segunda maior aglomeração urbana do estado, com 25 mil habitantes, só perdendo para Salvador. Levas e levas de sertanejos pobres continuavam a abandonar as fazendas para ir viver no povoado, rezar, fazer penitência e esperar o juízo final. E o fim daquele mundo não tardou. Pressionado pelos coronéis e pela Igreja, o governo chamou o Exército para dissolver a comunidade mística.
A tarefa não foi fácil. O Conselheiro também preparava-se para se defender de um ataque do governo. Sua guarda era formada por jagunços convertidos. Por subestimar o poder de fogo dos sertanejos, o Exército foi derrotado na primeira, na segunda e na terceira tentativa. Quase dois mil soldados foram rechaçados, e o comandante da penúltima expedição foi morto em combate.
As forças federais e municipais, com armas de repetição, metralhadoras e canhões, não conseguiram tomar o povoado. A defesa era feita com espingarda de carregamento lento, facões e ferros de manejar gado. Só depois de mobilizar mais cinco mil soldados, tendo à frente dois generais, o Exército conseguiu tomar o povoado, que resistiu até o fim. Belo Monte foi completamente destruída em outubro de 1897.
Passados alguns anos, as pessoas começaram a retornar e reconstruíram o lugarejo, que passou a ser chamado de Canudos. Mas, em 1968, como que cumprindo a profecia atribuída a Conselheiro de que o sertão iria virar mar, Canudos foi invadida pelas águas represadas do Rio Vaza Barris. Hoje está a 40 metros de profundidade, sob os 250 milhões de metros cúbicos de água do açude Cocorobó.
Memória Viva
Os números de Canudos até hoje permanecem imprecisos. Sabe-se que morreu um mínimo de 10 mil pessoas, das 25 mil que viviam em Belo Monte. O Exército teve mais de duas mil baixas, entre mortos, feridos e desertores. Independentemente da tragédia humana ocorrida na Canudos de 1897, a verdade está expressa no testemunho vivo de Euclides da Cunha, na obra Os Sertões: "Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a História, resistiu até o esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, que todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente cinco mil soldados".

( Só um bocadinho da história de vida de Antonio Conselheiro)

Antônio Vicente Mendes Maciel nasceu em 13 de março de 1830, na cidade de Quixeramobim,interior do Ceará, então um pequeno povoado perdido em meio à caatinga do sertão central da paupérrima província do "Ceará Grande". Desde o início da vida, seus pais queriam que Antônio seguisse a carreira sacerdotal, pois entrar para o clero era naquela época uma das poucas brechas que os pobres teriam para ascender socialmente. Com a morte de sua mãe, em 1834, a meta de transformar Antônio Vicente em padre tem seu fim. Seu pai casa-se novamente; há registros de que a madrasta espancava e maltratava o menino severamente[carece de fontes].
  • 1855 – Morre o pai de Antônio, e ele é obrigado a abandonar os estudos e assumir o comércio da família aos 25 anos de idade; malogram de vez quaisquer sonhos sacerdotais. Estes negócios não vão nada bem (mais tarde Antônio será processado devido a não quitação de suas dívidas)[carece de fontes].

Alegoria representando o Conselheiro.

Revista Ilustrada, de Angelo Agostini, veículo de propaganda republicana durante o Império, retratava Conselheiro de forma caricatural, com séquito de bufões armados com velhos bacamartes, tentando "barrar" a República.
Exemplo de como a imprensa da época reagiu ao messianismo.
Em 1857 Antônio casa-se com Brasilina Laurentina de Lima, jovem filha de um tio seu. No ano seguinte, o jovem casal muda-se para Sobral, onde Antônio Vicente passa a viver como professor do primário, dando aulas para os filhos dos comerciantes e fazendeiros da região, e mais tarde como advogado prático, defendendo os pobres e desvalidos em troca de pequena remuneração. Passa a mudar-se constantemente, em busca de melhores mercados para seus ofícios; primeiro vai para Campo Grande (atual Guaraciaba do Norte), depois Santa Quitéria e finalmente Ipu, então um pequeno povoado localizado bem na divisa entre os sertões pecuaristas e a fértil Serra da Ibiapaba.
  • 1861 - Flagra a sua mulher em traição conjugal com um sargento de polícia em sua residência na Vila do Ipu Grande. Envergonhado, humilhado e abatido, abandona o Ipu e vai procurar abrigo nos sertões do Cariri, já naquela época um pólo de atração para penitentes e flagelados, iniciando aí uma vida de peregrinações pelos sertões do nordeste.